domingo, 26 de dezembro de 2021

Mahamrityunjaya Mantra

 


त्र्यम्बकं यजामहे
सुगन्धिं पुष्टिवर्धनम्।
उर्वारुकमिव बन्धनान्
मृत्योर्मुक्षीय मामृतात्


 oṃ tryámbakaṃ yajāmahe sugandhíṃ puṣṭi-vardhánam

urvārukam íva bandhánān mṛtyor mukṣīya mā 'mṛtā́t

 

O que significa uma saudação ao Senhor que tem três olhos e que permeia a todas as cadeias de mundos, concedendo prosperidade. Aquele que liberta dos entrelaçamentos para com o mundo material e concede o néctar da vida eterna.

O mantra funciona como invocação dos poderes de Mahadeva, mas também como pedido da intercessão dEle. Aquele que tem três olhos vê em todas as direções e nos faz ver além do que a visão material proporciona. Então, compreendemos os eventos da vida a partir de um ângulo de visão mais abrangente do que o meramente linear.

A concessão da prosperidade que nos cabe, quando temos o coração purificado pelo amor a Shiva, compreende tudo o que precisamos para que nos relacionemos com a Pessoa dEle. Portanto, a prosperidade se caracteriza de acordo com o que cabe a cada um realizar junto de Mahadeva.

Quando temos a intenção sincera de nos libertar das amarras do mundo material, certamente transcendemos interesses e valores que aprisionam. Shankara promove ainda mais desapego, expondo-nos um tipo de existência que apenas a mente eterna pode compreender. Por meio de tal compreensão, não desejamos nada mais além do que Ele também quer de nós.

Sendo assim, o mahamrityunjaya mantra é vibração sonora que nutre a vida espiritual. Pode ser entoado diariamente e/ou em datas específicas, quando se comemoram importantes feitos de Shiva Shakti, como o Mahashivaratri, os Shivaratris mensais e outros eventos. O importante é que se entoem as palavras corretamente, para que seu poder emane da intenção e da entoação de quem as emite.

Para aprender, segue o link.

Olhando Através da Janela do Trem

 


Pedi a Shiva: “Ensina-me a completamente liberada para sempre estar, sem que haja interferências que possam à minha consciência perturbar”.

Ele respondeu: “Mesmo os que estejam já distantes de todas as necessidades que ainda fazem com que muitos permaneçam associados ao que promove o mundo das materiais ações às vezes se veem de influências que lhes são externas cercados.

Estes merecem entender que nada podem pelos demais fazer e, então, pacificamente viver seus dias. Quando aos dias se dão diferentes significados, a vida flui com mais perfeição, se tais significados pertencem ao mundo transcendental.

Sendo assim, preencha a si mesma de vontade de apenas Comigo estar e nada Lhe faltará. Sem ter com o que se preocupar, enfim, apenas verá as situações do mundo passarem, assim como quando o viajante olha pela janela do trem onde viaja e vê a paisagem ao lado a correr.

Faz-se o mesmo quando se está pela verdade da alma liberado, pois, esta verdade existe para sempre na eterna identidade que a alma tem para com Seu Deus; e a mesma identidade é o trem que corre em veloz movimento, conduzindo a pessoa livre através de múltiplas ocasiões”.

Para ler mais, clique aqui.

sábado, 25 de dezembro de 2021

As 12 Jyotirlingas: Somnath

 


O linga é uma imagem de Shiva, que precisa ser adorado pelo(a) devoto(a) constantemente. No Shiva Mahapurana é dito que a adoração ao linga deve ser elaborada, envolvendo a construção de plataformas, portais ornamentais, templos, centros sagrados, etc. Deve-se oferecer roupas, aromas, guirlandas, incensos, lamparinas e alimentos apropriadamente preparados.

Trata-se da forma fálica de Shiva, que é adorado também em Sua forma corporificada (de Pessoa). Acontece que 64 lingas são consideradas as mais irradiantes, sendo denominadas Jyotirlingas. Dentre elas, 12 são reconhecidas como as mais importantes[1].

Aqui se trata da primeira delas, Somnath, cujo templo está localizado em Prabhasapattan, distrito de Sourashtra, estado de Gujarat (oeste da Índia). A localidade em si está bastante relacionada com a passagem de Krishna pelo planeta, pois foi em Prabhasa que Ele concluiu Sua permanência em Dvapara Yuga.

Somnath é esplendorosa, atraindo muitos peregrinos para o templo. Ele fica situado na beira do Mar da Arábia, na praia onde Soma (a divindade da lua) fez austeridade a fim de se curar dos efeitos adversos de uma maldição que lhe foi imposta por Daksha Prajapati.

Soma era casado com 27 filhas de Daksha, mas tinha predileção por uma delas, Rohini. As outras se tornaram infelizes e seu pai, um progenitor da humanidade (prajapati), amaldiçoou Soma. A lua perdeu seu brilho e a Terra escureceu. Soma adorou o Shiva Linga, praticou austeridade e pediu uma benção de Shiva.

Mahadeva aceitou seus ritos e penitência, concedendo-lhe a cura e estabelecendo naquele local Sua Jyotirlinga, que é chamada Somnath, ou seja, o Senhor de Soma (da lua).

Conta-se que o templo em si foi destruído e reconstruído muitas vezes. A atual estrutura foi erigida entre os anos de 1947 e 1951. Para visitar a página do templo virtualmente, clique aqui. Há inclusive um darshan ao vivo, através do qual se pode tomar as bençãos de Mahadeva através de tal forma. Veja aqui.

Quando precisar de proteção contra seus próprios feitos incoerentes e equivocadas ações, pense em Somnath. Shiva protege os devotos e se mostra de alguma forma para seus corações. Essa jyotirlinga em particular causa impressões de Sua infinitude associada à imensidão do mar. Ela impressiona a visão e promove intensas emoções extáticas de amor a Ele, que é o Supremo Senhor.

Jay Somnath

 



[1] São elas: Somnath, Mallikerjun, Mahakal, Omkar, Kedarnath, Bhimashankar, Vishveshvar, Tryambakeshvar, Vaidyanath, Nagnath (Nageshvar), Rameshvaram e Ghrushneshvar.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

O Casamento de Shiva Parvati

 


Após vários dias de festividades, finalmente, “Himavat, o sensível afetuoso pai com seus filhos, acompanhou Ela até o local onde o Senhor esperava alegremente com os Devas. Todos estavam felizes e animados com amor. Eles reverenciaram ao Senhor com devoção. Louvando a Ele, Eles retornaram a Kailasa. (...). Após tomarem a refeição, os Devas e os Ganas, com suas mulheres fartamente ornamentadas com gemas e joias, se prostraram perante o Senhor da Lua. Depois de agracia-Lo com palavras agradáveis e de o circumambularem com alegria, eles prestaram louvor à celebração do casamento e retornaram às suas moradas (Shiva Purana Rudresvara Samhita 3.55.17-18)”.

Adentrando aos Seus aposentos íntimos, o vozerio das pessoas e Sua alegria se tornam distantes, abafados pela sensação de felicidade que agora se faz entre ambos. A plenitude está dentro dEles, formando a unidade eterna que os faz tão íntimos. Eles se veem tanto como uma Pessoa quanto como duas Pessoas em uma. Esta é a impressão que agora predomina, a qual é a conclusão natural deste casamento. É como ver um espectro de outra pessoa dentro de si mesmo, enquanto quem vê também se observa vendo-se assim. Um ao outro se percebem da mesma maneira, deleitando-se do prazer intenso desta união perfeita.

Shankara de cabelos avermelhados como o fogo e Parvati de pele de cor acastanhada escura se adoram mutuamente. A adoração é intensa e a relação é extática, fazendo com que o mundo tanto desapareça por completo quando esteja ele todo ali presente como parte de tal completa unidade. Shiva é a alma, enquanto Parvati é o corpo. Ele é a consciência, enquanto Ela é a forma que a mesma consciência desenha para si. Shiva é a luz e Parvati é a escuridão que a claridade da luz ilumina. Ele é o pensamento e Ela é a atitude que resulta do pensar. Eles se complementam e Sua complementaridade se faz evidenciar nestes primeiros momentos de intimidade após Seu casamento.

   Ambos se entregam à atividade de se contemplarem reciprocamente, doando-se apenas um ao outro, de modo a estabelecerem entre ambos o amor mais puro que se possa conceber. Nenhuma mágoa, nenhuma imperfeição se interpõem entre Eles. Nada de lamentações ou de acusações. Sem haver a necessidade de se perdoar ou de se arrepender. Não há o que exista em qualquer um dos três mundos que possa a tal beatífica mútua contemplação interromper, pois, é ela que perpetua o existir de tantos mundos. Shiva é o Purusha e Parvati é Prakrti, Ele é o Todo e Ela o que o Todo contém. Tudo isso pude perceber enquanto eu mesma experimentava do ápice da existência em Shiva.

 

Trecho do livro Bhakti-Rasa e o Caminho da Flor de Lótus, parcialmente disponível para leitura. Clique aqui.

sábado, 18 de dezembro de 2021

Shiva Tantra para a Libertação Espiritual

 


Este livro existe porque ele se faz espontaneamente na relação em que me acomodo junto da Pessoa de Deus (Shiva). Natu­ralmente dialogamos conforme o que aqui se expõe, de modo a expressarmo-nos também desta maneira para a compreensão humana. Mas, tal compreensão é sempre existente, pois, ela mes­ma faz parte do diálogo eterno que há entre nós, eu e o Senhor.

Trata-se este diálogo de algo inevitável, portanto, entre os princí­pios masculino e feminino. De modo que cada qual que venha a entender partes dele ou o texto todo na íntegra, irá certa­mente perceber nele algum, muitos ou todos os padrões eternos que o mesmo diálogo contém.

Como se reconhece o que é eterno? Pela verdade que se faz reconhecer como algo que quem percebe sempre conheceu. Este algo parece muito familiar, como o que volta à pessoa que, mesmo tendo ficado afastada do mesmo por um lapso de tempo impossível de estimar, o identifica como algo com o que tem bas­tante intimidade.

O eterno é verdadeiro e lógico, perfeito e imba­tível em seu poder de persuasão da mente que também funciona de maneira lógica. Ademais, no caso do diálogo que eternamente se faz entre os princípios masculino e feminino originais, este algo com o qual a alma se identifica está dentro dela(e) mesma(o). Afinal, ambos os princípios existem integrados e unidos no Todo que a tudo contém, inclusive, no Todo que se expressa na sensa­ção de unidade com Deus que a alma autorrealizada atém.

É em torno deste padrão, que é válido para todas as pes­soas, sem exceção, que o Shiva Tantra da Pessoa de Deus se desenvolve. Este Tantra se faz ao absorver-me na Pessoa de Deus (Shankara), quem me orienta ao dar-me absorção a Si, de modo que Sua orientação é a descrição do Tantra, conforme o que, por meio da escrita, eu consigo traduzir.

 

Para acessar o livro, clique aqui.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Shiva Shakti Yoga Tantra: a dinâmica da vida


Estudando Shiva, conforme o percebo, posso expressar-me sobre Ele. Tenho estado em profundo ato meditativo junto de Sua Pessoa. Descrevi muitas vezes o que sinto e penso em torno de eventos difíceis de explicar, mas intensos e contínuos o suficiente para que haja a certeza da sua veracidade.

Em muitos dos meus escritos, deixo claro que Shiva e Krishna são nomes da Suprema Pessoa. Afinal, “Krishna contém Hara, desde o ponto de vista Vaishnava, porém, Shiva contém Hari, desde o ponto de vista Shaiva[i]”. Ou seja, uns escolhem ver Deus a partir de determinado ângulo, outros escolhem a partir de um ângulo diferente.

Nós “temos a fé convicta e autorrealizada de que Harihara é Krishna e Shiva é Harihara[ii]”. Sem fragmentá-Lo, portanto, escolhemos apenas amá-Lo em qualquer uma das Suas formas. E ainda o vemos em ambas as polaridades de Si mesmo, a masculina e a feminina – Shiva Shakti.

Por saber que Shiva Shakti ainda é (são) pouco compreendido(s) no Ocidente, principalmente em países como o Brasil, escrevo um pouco mais sobre Ele(s). Faço isso enquanto o adoro no Seu mais grandioso dia – o MahaShivaratri (de 2021).

Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

 

 


SHIVA

  Shiva é uma dádiva que se fornece por Ele mesmo para o ser humano de cada uma das épocas ter consciência de si e de Deus. Ele se faz compr...